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UM CHAMADO AO AMOR E À PAZ

Notícias da Província

21.08.2020 - 05:00:00 | 5 minutos de leitura

UM CHAMADO AO AMOR E À PAZ

Santa Rita e a Vocação

| Fr. Roan Cleber Ataíde, OAR.| Todos nós conhecemos os sinais de trânsito. Encontramos esses sinais nas cidades e nas estradas: os semáforos com o “Pare”, “Atenção” e “Siga”; as placas com o “Siga em Frente”, “Vire à direita”, “Dê a Preferência”, “Sentido Obrigatório”, entre outros... Esses sinais nos ajudam a organizar a nossa vida e a nossa peregrinação por este mundo. Para que os sinais de trânsito nos ajudem, precisamos conhecê-los e obedecer-lhes, senão, a nossa viagem por esta terra “entre os consolos de Deus e as tribulações do mundo” (N. P. Santo Agostinho, A cidade de Deus XVIII,51,2) será conduzida pela confusão, longe daquela paz que tanto aspiramos. A vida de Santa Rita de Cássia, a Santa das Causas Impossíveis, foi cheia de sinais, como os “de trânsito” rumo ao Céu. Rita foi conduzida pelo amor, desde seu alvorecer ao sublime grau. “O amor era o peso da sua vida e por ele era conduzida em todos os estados de sua peregrinação por este mundo...” (Missal Agostiniano, Prefácio de Sua Festa). Ela soube identificar sua vocação como um chamado de Deus ao amor e à paz.

Assim, MargheRITA, desde criança via seus pais promoverem a paz, nas intestinas guerras entre grupos opositores de guelfos (a favor dos Estados Pontifícios) e gibelinos (contra os Estados Pontifícios), na sua pequena cidade de Roccaporena. Somente pessoas que amam a Deus e os seres humanos como irmãos, podem ser promotores da paz. Rita reconheceu-se chamada desde pequena a esta maravilhosa vocação de ser “promotora da paz”, que a guiará por toda vida. Jovem, a insigne Filha de Antônio e Amata Lotti (pais de Santa Rita) cresceu num ambiente onde a espiritualidade agostiniana e franciscana andavam unidas, convidando os seres humanos a serem “instrumentos da paz de Deus” a fim de alcançarem “a paz do descanso, a paz do sábado, a paz sem ocaso” (N.P. Santo Agostinho, Confissões XIII,35,50). Tocada pelo amor humano – tão valorizado na Sagrada Escritura onde encontramos um livro inteiro falando sobre o amor humano, o Cântico dos Cânticos – a apaixonada Noiva de Paulo Mancini amou verdadeiramente seu esposo! E com ele quis casar-se, para formar uma família, como um jardim de uma “igreja doméstica” onde se cultivassem as virtudes familiares do otimismo, do comedimento, da solidariedade, da paciência, da boa vontade, da sabedoria e da humildade. Todas essas virtudes regadas pela oração.Como Esposa e Mãe, Rita viu-se chamada a crescer no amor, e deu respostas ao amor, escutando os apelos de Deus, cultivando a paz dentro de sua casa.

Tão logo se viu casada, ornou seu lar com dois filhos: João Tiago e Paulo Maria. A Pérola Brilhante da Úmbria amou com todo o coração sua família! Santificou o seu lar na dedicação e no amor ao seu esposo e filhos, dando-nos exemplo de que é possível a santificação de um lar pelo amor que tudo santifica com seu toque.A vida, porém, não está isenta de dificuldades e sofrimentos. Deus não nos livra dos sofrimentos, mas nos ajuda nos sofrimentos. A violência, a qual Rita se opunha como um “Anjo de Paz” tocou sua casa, levando ao assassinato de seu esposo. Rita responde a Deus com redobrado amor, e ao próximo com o perdão e a paz. Abandonada pela família de seu marido que a repudiava por não ter denunciado os que perpetraram o assassinato de seu esposo Paulo Mancini, a viúva Rita via crescer em seu próprio lar e em seus rebentos, qual erva daninha que corta e faz sangrar e que de bons frutos nada produz, a sede de vingança e o clamor pelo sangue derramado. Por isso ousou pedir para Deus salvar seus filhos antes que eles ficassem longe d’Ele. E foi atendida!

Assim, depois de viver a vida no amor familiar, e experimentar que depois desse amor, só Deus é digno de ser amado com um coração indiviso, entrou como Monja Agostiniana no Mosteiro de Santa Madalena de Cássia, após fazer a reconciliação das famílias enfrentadas e em guerras, para vivera “vida sob o amparo de Deus, vida com Deus, vida recebida de Deus, vida que é Deus mesmo” (N.P. Santo Agostinho, Sermão 297,8); sentindo-se, sempre, orientada para Deus, buscando-o “no conhecimento e no amor do Senhor” (N.P. Santo Agostinho, Solilóquios 1,13) junto com suas irmãs consagradas, e seguindo aqueles prudentíssimos conselhos pastorais do Bispo de Hipona: “Ninguém deve dar-se à contemplação de maneira que nela se desentenda do serviço ao próximo, nem ser tão ativo que não busque a contemplação de Deus” (N.P. Santo Agostinho, A cidade de Deus 19,19). “Ninguém deve dar-se à contemplação de maneira que nela se desentenda do serviço ao próximo, nem ser tão ativo que não busque a contemplação de Deus” (N.P. Santo Agostinho, A cidade de Deus 19,19).

A Taumaturga de Cássia soube viver em todos os estados da sua peregrinação rumo àquela plenitude do Amor que é a meta de cada cristão, respondendo à sua vocação ao amor e à paz. Por isso Santa Rita é tão amada e querida pelo nosso povo! E é para nós um exemplo! Ela conheceu e identificou os vários “sinais de trânsito”para a Eternidade, os contínuos chamados do Senhor, que fazem de toda vocação uma concretização de um sonho amoroso de Deus, um pacífico chamado do Céu.

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