O Cuidado devido aos mortos
02.11.2021 - 09:25:10 | 3 minutos de leitura

Frei Sérgio Sambl - Celebramos no dia 2 de novembro a Comemoração dos fiéis defuntos. Neste dia é comum realizarem-se uma série de praticas de piedade, devoção e oração em prol dos falecidos, fazer visita aos cemitérios, etc. Reflitamos sobre as raízes e razões destas praticas em relação ao “cuidado devido dos mortos”, tendo como base uma obra de Santo Agostinho que leva este mesmo nome.
Acerca dos ritos fúnebres como os funerais, estes nascem de uma antigo costume de piedade, que são um consolo aos vivos e demonstram a fé na ressurreição. Disto as escrituras nos recordam, seja da piedade de Tobias, seja da sepultura do Senhor (Tb 2,9;12,12; Mt 26,10-13; Jo 19,38-42) Todavia se não é possível - como aconteceu com tantos dos nossos entes queridos falecidos neste contexto pandêmico em que vivemos – em nada trazem de prejuízo aos falecidos.
Embora haja pessoas que desgostem de tais costumes, pois “quando o pensamento de alguém se volta para o lugar onde jaz o corpo de ente muito querido (...)a afeição amorosa lembra-se e reza”[i]. Todavia, se a pessoa se vê impossibilitada de fisicamente dirigir-se a tais lugares ou celebrações, não é incapacitado de orar interiormente no coração, pois “Deus o vê, contrito e arrependido, prostrar-se no santuário secreto do coração”[ii]
Sobre a oração pelos falecidos na igreja, Santo Agostinho nos recorda que a igreja tomou sobre si o encargo de orar por todos os que morreram (como faz na missa cotidiana) e os inclui numa celebração geral em todos eles de modo que aqueles que não tem parentes próximos vivos se beneficiem do sufrágio desta mãe comum, a Igreja.[iii] Agostinho propõe que nos convençamos acima de tudo que se queremos ajudar os mortos o façamos por três modos: nossas orações, esmolas e o sacrifício do Altar. Estas praticas seguramente podem ser proveitosos aos defuntos que queremos ajudar[iv] Lembramos que se desejamos alcançar, quando mortos, algum alivio com as obras de sufrágio “esta ajuda será proporcional ao bem que cada um tiver cumprido durante sua vida”
Gostaria de concluir citando o Sermão 172 de Santo Agostinho, em que nos fala da tristeza pela perda dos entes queridos, considerando que é inevitável a tristeza pela morte, pois a própria natureza humana tem horror à morte, pois o homem foi criado para viver sem fim caso não houvesse o pecado. Mas nos recorda a fé que precisamos ter nestes momentos:
Os corações piedoso podem, portanto, entristecer-se com uma dor salutar pela morte dos seus entes queridos e, por sua condição mortal podem derramar lagrimas que serão consoladas e diminuídas pela fé, pela qual cremos que os fieis, quando morrem caminham à nossa frente e passam para uma vida melhor. Sejam também consolados pelas atenções fraternas que lhe são apresentadas, seja nos funerais, de acordo com as possibilidades do enterro e da construção do sepulcro, já que na Escritura tudo isto conta entre as boas obras” (Santo Agostinho, Sermão 172)
[i] Santo Agostinho, O cuidado devido aos mortos, 4, 6
[ii] Ibidem, 5,7
[iii] Ibidem, 4,6
[iv] Ibidem 18,21
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