Não sabemos pedir como convém (Rm 8,26). A oração do “Pai nosso” como regra de todo pedido feito a Deus.
28.08.2020 - 05:00:05 | 3 minutos de leitura

|Frei Helton Pimenta Fernandes - Rio de Janeiro | Uma das principais obras em que Santo Agostinho fala sobre a oração é a carta 130, escrita a uma senhora chamada Proba. Ela era uma viúva pertencente a uma família nobre de Roma. Seu falecido marido exerceu o cargo de cônsul no ano de 371, um dos principais ofícios no Império Romano. Tiveram três filhos que também exerceram o mesmo cargo que o pai. Um de seus filhos faleceu jovem, tendo deixado viúva sua esposa Juliana, a quem Agostinho também endereça algumas de suas cartas.
No ano de 410 a cidade de Roma foi invadida e saqueada pelos vândalos. Por conta disso as viúvas Proba e sua nora Juliana, junto a muitos amigos e servos, se mudam para o norte da África, para a cidade de Cartago. Nesse tempo conhecem o bispo santo Agostinho, que se torna uma espécie de “diretor espiritual”, pois a ele elas recorriam para pedir conselhos diante de toda a adversidade pela qual estavam passando em sua família, por conta de tudo o que viviam.
A carta 130 foi justamente a resposta que deu Agostinho a uma dúvida que inquietava a viúva Proba: “Foi justamente este o objetivo principal de sua consulta, ficaste impressionada com o que disse o apóstolo: Não sabemos o que pedir como convém (Rm 8,26)” (Agostinho. Carta 130,4,9)
Na carta, Agostinho dá diversos ensinamentos sobre a vida de oração e sobre o que é conveniente que peçamos a Deus. Deixa claro que antes de tudo, devemos pedir com fé, esperança e caridade (Agostinho. Carta 130. 8,16), fala sobre como rezar com o coração e muitos outros conselhos valiosos para a vida espiritual.
No capítulo 11,21 da carta, Agostinho demonstra uma regra para sabermos se nossos pedidos são ou não convenientes: a resposta é a oração dominical, ou seja, o “Pai nosso”. Esta oração é a regra suprema para saber se as coisas que estamos pedindo são ou não convenientes. Ela é feita de vários pedidos, como “santificado seja o vosso nome”, se pede a vinda do “reino”, que seja feita a “vontade” de Deus, que nos seja dado o “pão nosso de cada dia” que sejam perdoadas as “nossas ofensas”, que Deus não nos deixe “cair em tentação” e “nos livre de todo mal”. Se meu pedido “couber” no Pai Nosso, ele é conveniente; por outro lado, se ele não se encaixa ali, não é conveniente, mas movido pelo egoísmo. Sim, nós podemos fazer a Deus pedidos egoístas.
Ele dá alguns exemplos de pedidos inconvenientes: “Senhor, dá-me tanto quanto deste a este ou àquele, ou ainda, Senhor, multiplica as minhas riquezas.” (Agostinho. Carta 130. 12,23) O primeiro é inconveniente porque no Pai Nosso não se pede que se tenha como os outros têm, se pede o “pão nosso de cada dia”, se percebe que é um pedido movido pela inveja; o outro, movido pela cobiça, também não é conveniente porque não cabe nesta mesma parte do “Pai Nosso”
Por outro lado, se por exemplo, peço a Deus na oração que eu tenha um emprego digno, se trata de um pedido conveniente, pois através dele tenho o “pão nosso de cada dia”; e se peço pela saúde, também, pois no Pai nosso dizemos “livrai-nos do mal”, pois a enfermidade é uma espécie de mal.
Agostinho nessa carta dá muitos outros ensinamentos sobre a vida de oração, que merecem ser aprofundados. Neste artigo tratamos de forma resumida somente deste aspecto da oração do Pai Nosso como regra para as coisas que pedimos a Deus. Que com essa regra possamos analisar se nossos pedidos a Deus estão sendo ou não convenientes.

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