Epifania e Manjedoura, vivências do Amor Cristão
01.01.2025 - 21:00:00 | 4 minutos de leitura

Para um cristão, uma epifania é um momento de profunda revelação divina, um instante em que a presença e a obra de Deus se manifestam de forma clara e impactante. É um encontro pessoal com o Sagrado, uma experiência que transforma a vida e a fé. Essa data cristã está próxima de chegar. Sinto-me na expectativa de mais uma oportunidade de me sentir amada, de receber o perdão de Deus e aprender a amar o próximo.
As epifanias, para nós cristãos, também podem estarassociadas à missão. No âmbito profissional, como coordenadora pedagógica, o que significa? Qual seria a minha missão? Trata-se de um momento de profunda compreensão e insight sobre a prática escolar, rotineira, a relação com os alunos, os professores e a instituição como um todo. É um instante em que uma nova perspectiva se revela, levando a uma mudança significativa na forma de enxergar e atuar na sua função. Dentro do núcleo familiar, a missão da mulher é cuidar da família e zelar pela formação dos filhos compartilhando as diversas etapas da vida junto ao marido, procurando tronar o seu lar uma igreja doméstica, missão muitas vezes muito complicada para a mulher. Caminho espiritual, cada um peregrina do seu modo, cada um tem o seu, é único! A mulher pode dar o exemplo, mas o “SIM” ao chamado de Deus, é totalmente pessoal, cada um tem o seu momento exato/certo, e normalmente ocorre quando mente e coração estão abertos e os olhos dirigidos para Deus!
Qual o motivo da reflexão? Aproxima-se a comemoração do Dia de Reis! A experiência da epifania tem um significado profundo para nós cristãos: a confirmação da fé: As epifanias fortalecem a fé dos cristãos, confirmando a existência de Deus e a sua ação na vida das pessoas. O chamado à missão: não são poucas as vezes que as epifanias são acompanhadas de um chamado à missão, assim como aconteceu com Moisés, que foi chamado a libertar o povo de Israel. A renovação espiritual: as epifanias podem renovar a vida espiritual dos cristãos, trazendo um novo impulso, um novo colorido para a caminhada da fé e sentido próprio. Por diversas vezes nos sentimos incompletos, daí a mesma inquietude sentida por Santo Agostinho também nos influencia e colabora paraencontramos um sentido mais profundo, compreendendo o nosso lugar no plano de Deus.
A festa da Epifania, celebrada no dia 6 de janeiro, relembra a manifestação de Jesus Cristo aos magos do Oriente e aos pastores. Este evento é considerado uma epifania universal, pois revela Jesus como o Salvador de todas as nações. A epifania é um dom precioso que Deus concede aos seus filhos. É um momento de graça, de transformação e de aprofundamento da fé. Ao buscarmos a Deus com sinceridade, podemos experimentar a alegria de um encontro pessoal com o Sagrado.
Uma epifania pessoal é como um raio de luz que se acende dentro de nós, trazendo uma compreensão súbita e profunda de algo que antes era confuso ou desconhecido. É aquele momento em que uma ideia, uma conexão ou uma verdade se revela de forma clara e inesperada, transformando nossa perspectiva sobre uma situação, um problema ou a própria vida.
Outro símbolo marcante para nós cristãos é a manjedoura onde nasceu Jesus. Trata-se do símbolo da humildade divina e do nascimento de Jesus, ressoa de forma profunda na espiritualidade agostiniana. Para Santo Agostinho, essa imagem transcende o mero aspecto histórico e se torna um portal para a compreensão da natureza de Deus e da condição humana. A humildade de Deus em se fazer pequeno, em nascer em uma manjedoura, é um reflexo da própria experiência de Agostinho. O filósofo, em suas Confissões, revela sua luta contra o orgulho e a busca por uma vida mais simples e voltada para Deus. A manjedoura, portanto, é um convite à humildade e ao reconhecimento da própria pequenez. Santo Agostinho nos ensina que ao contemplar a manjedoura, somos convidados a seguir os passos de Cristo, a buscar a humildade, a praticar a caridade e a experimentar a alegria da salvação. Pela via da humildade tocamos a graça de Deus. “O Senhor que se manifesta na humildade e nos faz humildes. Eu Te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondestes aos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos” (Mateus11,25-27)
Para concluir, o texto apresentado trata-se de uma proposta à reflexão a partir de duas metáforas: “as nossas epifanias e manjedouras diárias”, um aprendizado espiritual que não encontramos em livros, mas na experiência pessoal com o Deus, ambas ricas em significado que transcendem a conotação natalina e convida a enxergar em nossas vidascotidianas um espaço sagrado de encontro com Deus e com a nossa própria humanidade.
Portanto, vamos aproveitar mais uma oportunidade divina, um verdadeiro presente de Deus, reconheçamos as nossas limitações e peçamos ajuda sempre que precisar!Revestimo-nos de Deus, assim como fez NP Santo Agostinho!
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