Círio de Nazaré 2022: um Círio de reencontro
31.10.2022 - 07:00:00 | 4 minutos de leitura

Frei Rhuam Ferreira Rodrigues de Almeida | Celebrado anualmente desde 1793, o Círio de Nazaré é a maior procissão católica do mundo e reúne, todo segundo domingo de outubro, milhões de pessoas nas ruas da capital paraense. Nesta época do ano, é comum as pessoas desejarem-se mutualmente “feliz círio”, assim como uma antecipação do Natal, que une credos, raças e idades num único objetivo: festejar Maria Santíssima, Senhora de Nazaré. As ruas se enchem de cores estampadas nas fitas coloridas, nas cordas penduradas nas janelas, os altares nas janelas e as luzes pelas avenidas nos lembram que “é Círio outra vez”, expressão muito ouvida e mais que isso, sentida pelos paraenses e por visitantes que acorrem à Belém. Além do pato no tucupi, o cheiro de maniçoba (prato típico paraense, de origem indígena, feito a base da folha da mandioca brava, chamada maniva) se espalha pelos quatro cantos da cidade. Esse é o prato que congregará todas as famílias no domingo do Círio e que por sinal, é uma delícia!
Por dois anos, em 2020 e 2021, essa festa foi adiada devido a pandemia do coronavírus. Mesmo sem a procissão oficial, as pessoas não deixaram de celebrar: saíram às ruas pagando individualmente suas promessas, enfeitaram suas casas com os cartazes e frente à televisão, participaram da Celebração da Eucaristia, com o terço na mão, vestidos com a camisa de Nossa Senhora de Nazaré e alguns, segundo sua “sorte” ou empenho, com um pedacinho da corda dos anos anteriores nas mãos. Também nós Sacerdotes, com saudade, lembrávamos do dia das ruas cheias de devotos, do calor do sol da manhã em plena avenida Getúlio Vargas, das homenagens, músicas e daquele aperto de corpo com corpo que o Círio nos proporciona. Sim, essas coisas nos enchem de saudade e fazem parte do segundo domingo de outubro, típico das coisas que nos fazem sentir falta quando não acontecem. O Círio, afinal, não se explica. Se vive!
Passado a fase mais crítica da pandemia e a grande parcela da população vacinada com duas doses, a Arquidiocese de Belém, em comunhão com a Diretoria da Festa de Nazaré e os Padres Barnabitas, responsáveis pela Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, decidiram a realização tradicional do Círio de Nazaré. Notícia recebida com festa em todo o estado! As pessoas vibravam como se fosse final de Copa do Mundo. Afinal, a alegria tinha voltado. A Virgem de Nazaré voltaria às ruas e o povo poderia novamente viver as emoções que só o Círio pode proporcionar. Nesse ano de 2022, tudo voltou ao normal, assim como era antes das restrições. A procissão de domingo é somente uma parte da festa, dado que o Círio de Nazaré é formado pela transladação na noite de sábado (onde a Imagem Peregrina sai da Basílica para a Catedral), a Missa do Círio na manhã de domingo seguida da procissão tradicional e mais treze procissões oficiais ao longo da quadra Nazarena que dura quinze dias contando com Missas todos os dias às 18h00 presidida por Bispos convidados, arraial e shows com bandas católicas nacionais. Podemos afirmar que este ano vivemos o “Círio do reencontro”. Ouso dizer que não foi somente um reencontro do povo católico com Nossa Senhora nas ruas de Belém, mas, um reencontro mais profundo: um reencontro consigo mesmo após dois duros anos de restrições e perdas de pessoas queridas. Este ano, reencontramo-nos nas ruas louvando o Senhor pelas maravilhas realizadas em Nossa Senhora e também a possibilidade de reencontrar com a fé que nos congrega. Afinal, ao redor da Berlinda, não há diferença social ou racial, étnica ou política, religiosa ou cultural, brasileiro ou estrangeiro, Clero ou laicato. No Círio de Nazaré, somos todos filhos de Nossa Senhora e quando saímos de nossas casas para encontrá-la, somos todos peregrinos em Belém.
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