A quaresma, tempo de celebrar nossa humildade.
05.03.2025 - 08:54:00 | 3 minutos de leitura
No Século IV na Igreja de Hipona a
Quaresma, além de ser um tempo de viver de modo especial a penitência,
principalmente através do “da oração, da esmola e do jejum” (Sermão 208 1-2),
era um tempo catecumenal por excelência, pois todos aqueles que se candidatavam
para receber o batismo celebrado na Vigília Pascal eram preparados de forma
intensa durante estes quarenta dias. A comunidade toda era mergulhada neste
espírito de penitência, retiro, oração e preparação para a grande festa solene
da Páscoa.
Nos Sermões que Agostinho faz como bispo nos inícios da
quaresma aparecem várias orientações sobre como os fiéis devem viver este tempo
de penitência e conversão que também são úteis em nossos dias. Ele exorta os
fiéis a absterem-se do vinho; a quantia que é economizada com a prática do
jejum deve ser acrescentada às esmolas, de forma que o jejum tenha também o seu
lado caritativo; não se deve trocar a carne por alimentos que são mais custosos
e saborosos, porque o jejum não é trocar um prazer por outro maior; lembra aos
fiéis que todos os alimentos são puros, mas que em ninguém é puro a gula ou o
excesso; pede também que todos façam também um jejum de discussões obstinadas e
discórdias, pois a conversão do coração deve acompanhar os ritos e práticas
celebradas. (Sermão 205)
Para Agostinho a quaresma é um tempo em que se simboliza nos
ritos e práticas a humildade que sempre devemos trazer em nosso coração, por
isso a chama de “tempo de nossa humildade” (Sermão 206,1). A oração, o jejum e
a esmola verdadeiros supõem a humildade. Na quaresma nos aproximamos do dia em
que o Mestre da Humildade humilhou -se a si mesmo fazendo -se obediente até a
morte, e morte de cruz (Flp 2,8). Este é o tempo em que a Igreja, corpo de
Cristo estendida por toda a Terra, com o coração apertado, com práticas que
simbolizam sua humildade, celebra a humilhação do Senhor, faz jejum e chora,
porque o Esposo lhe está sendo tirado. (Mt 9,15) (Sermão 210)
Nos Tratados sobre o Evangelho de São João 25,16
Santo Agostinho nos diz que toda a nossa humildade está em que nos conheçamos a
nós mesmos, que aceitemos que somos seres humanos limitados, em que façamos a
vontade de Deus, pois a soberba é fazer de modo egoísta a própria vontade.
Cristo é o mestre da humildade e nós devemos seguir seus passos, que nesta
quaresma possamos celebrar na liturgia e na vida está verdade fundamental de
nossa vida cristã.
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