Uma breve conversa com Frei Miguel Hernández
Notícias da Província
26.08.2019 - 08:00:46 | 14 minutos de leitura

Frei Miguel Hernández, prior da Província Santo Tomás de Vilanovanos fala sobre a vocação, serviço e missão, a reestruturação da Ordem dos Agostinianos Recoletos e as atividades atuais, tanto de frei Miguel quanto da província.
Natural da pequena cidade de Villalba, a 40 quilômetros de Madri, frei Miguel tinha vários religiosos na família – entre eles, três tios agostinianos recoletos. Logo após ser ordenado presbítero, foi chamado para o Brasil, na antiga Província Santo Tomás de Vilanova. Morou aqui por 16 anos, conciliando as funções de formador e vigário provincial com a atividade pastoral. Eleito prior provincial em 2006, foi chamado de volta à Espanha, e retornou para cá após 12 anos, com a reestruturação da Ordem.
Frei Miguel, conte-nos um pouco de sua história. Como se tornou um religioso agostiniano?
Nasci há 54 anos em uma família simples, da cidade de Villaba, na região de Madri. Sou o caçula de três irmãos. Meus pais, que ainda são vivos, têm religiosos na família – por parte de pai, três tios eram agostinianos recoletos. Destes, um ainda está vivo. Por parte de mãe, também há uma tia religiosa.
Depois que recebi o Crisma, comecei a participar de grupos de jovens, com a família vicentina. Com o tempo, fui percebendo, assim… como que Deus pedia alguma coisa a mais de mim, que não me satisfazia por completo a vida que eu levava. Então comecei a dar os passos. Claro, no momento de me decidir, eu falei com um dos meus tios e ele me encaminhou para a Ordem do Agostinianos Recoletos.
Foi assim que entrei na ordem como seminarista, estudei os dois últimos anos do secundário e, no ano de 1984, fiz os primeiros votos como religioso. Estudei filosofia e teologia numa cidade chamada Burgos, no norte da Espanha, e fui ordenado sacerdote no ano de 1990, em Madri, numa paróquia chamada Santa Mônica. Isso foi em 30 de junho e no dia 21 de setembro desse mesmo ano eu estava chegando ao Brasil, no Rio de Janeiro. Fiquei no Rio por três meses, estudando português, e depois me destinaram a São Paulo, para a paróquia São João Batista, no Jabaquara.
Formador e missionário – Depois de um ano, surgiu a necessidade de um formador em Belém do Pará. Então, eu fui a Belém do Pará em 1992, e fiquei até o ano 2000, como formador do seminário menor. Mas também tive uma rica experiência pastoral, porque é uma paróquia muito viva, muito movimentada. Então, além das minhas atividades no seminário, trabalhei bastante com os jovens, com encontros, retiros de carnaval, Páscoa jovem… Inventei de tudo nesse período para tentar levar Deus para essa juventude. Até hoje tenho amigos dessa época, que fazem festa cada vez que apareço por lá.
Depois de Belém, me escolheram como vigário provincial. Fiquei responsável pelas casas no Brasil da antiga Província Santo Tomás de Vilanova, antes da unificação. Fiquei como vigário da Província de 2000 até 2006. Passei a morar no Rio de Janeiro, e a minha missão era ser animador da vida religiosa das comunidades do Brasil. Apesar de ficar de ficar em um cargo de autoridade, nunca me desliguei da atividade pastoral. Acompanhei também os jovens, a Crisma, além dos momentos de espiritualidade da paróquia Santa Mônica.
Retorno à Espanha – Quando concluí os seis anos como vigário no Brasil, tivemos o capítulo provincial e fui eleito prior provincial. Aí, fui transferido para a Espanha. A sede da província estava em Madri, e permaneci seis anos como provincial. Aí o campo de trabalho foi ampliado, pois fiquei responsável pelas comunidades da Espanha, da Venezuela, da Argentina e do Brasil. Claro que, em cada país, há um vigário provincial que ajuda o prior na administração das comunidades.
Em 2012, o Prior Geral passou pela cúria provincial e me pediu que providenciasse um religioso para fazer parte da equipe do noviciado, no mosteiro de Monteagudo, no sul da Espanha. Como estava se aproximando o capítulo provincial e eu não poderia ser eleito novamente, me ofereci: “Se quiser, eu posso ir para lá”. Foram três anos que fiquei, como digo, praticamente num mosteiro, um convento, em um lugarejo de mil habitantes, me restaurando, me fortalecendo, me recuperando desse período de doze anos de governo. E, quando terminou o triênio – porque na ordem tudo funciona no triênio – houve capítulo da província, e fui nomeado vigário da província e formador da etapa de teologia, e passei a morar em Granada.
Depois desses três anos, aconteceu a eleição para essa nova Província Santo Tomás de Vilanova.
Reestruturação da Ordem dos Agostinianos Recoletos – A ordem já vinha no processo de reestruturação. Durante seis anos, ficamos refletindo, orando, fazendo discernimento comunitário sobre o tema da revitalização e reestruturação da ordem. No capítulo geral, se tomou a decisão de que a ordem passaria de oito províncias para quatro províncias. A província Santo Tomás de Vilanova, que era a província de que eu fazia parte, incorporou a província de Santa Rita de Cássia, com casas aqui no Brasil, e a Província de São José, com casas na Venezuela, no Peru e na Espanha.
Então a província Santo Tomás passou a ser uma província grande, com 300 religiosos, aproximadamente, 50 comunidades, e presente em cinco países: Espanha, Brasil, Argentina, Venezuela e Peru. E, nas eleições, novamente me colocaram nessas tarefas de governo.
E aí estão as coisas de Deus. eu fui embora do Brasil porque fui escolhido provincial, e voltei para o Brasil porque fui escolhido provincial. Porque no capítulo provincial, foi escolhido transferir a sede da Espanha para o Rio de Janeiro. Então, depois de 12 anos na Espanha, voltei a morar no Brasil, no dia 28 de dezembro de 2018, cheguei ao Rio de Janeiro.
Qual é a função do prior provincial?
A Ordem é organizada em províncias, porque é complicado para uma pessoa administrar uma ordem. O Prior Geral é responsável por todos os religiosos, é o representante, é a figura principal da ordem. Neste momento, é o frei Miguel Miró.
Uma província é um conjunto de comunidades, e nessas comunidades vive, uma comunidade religiosa, atendendo o ministério. Pode ser uma paróquia, um colégio, um seminário, uma missão. A nossa província está formada por 50 comunidades, nas quais estão 300 religiosos. Em cada país, há um religioso que é o vigário provincial, que, em comunhão com o provincial, ajuda no governo da província. Ele cuida especialmente dessa área. Como o Brasil é a sede da Província, não há um vigário para o Brasil.
Qual é o principal desafio, hoje, na Província Santo Tomás de Vilanova?
São três desafios hoje, mas o primeiro (e que marcou o capítulo provincial) é buscar a comunhão entre nós. Juridicamente já se deu a unidade entre essas três províncias, que hoje é só uma. Mas agora o desafio é que essa união se dê afetivamente. Que a gente se conheça, se preocupe uns pelos outros, se ame, se integre – viver essa unidade de almas e corações. Então esse é o primeiro desafio: comunhão de vida, comunhão provincial, comunhão local.
O segundo desafio é dar atenção às missões e às periferias. Nesse ponto, não estamos falando apenas de onde estão fisicamente as pessoas. É preciso lembrar que o papa Francisco também fala das periferias existenciais.
O terceiro desafio está voltado para a juventude e as vocações. A gente caminha em comunhão com a Igreja, e a Igreja neste momento quer dar esse protagonismo à juventude. Recentemente acontecei o Sínodo para o Jovens. E a Ordem também quer estar aí.
ES - ESPAÑOL
Una breve conversación con fray Miguel Hernández
Fray Miguel Hernández, Prior de la Provincia de Santo Tomás de Vilanovanos, habla sobre la vocación, el servicio y la misión, la reestructuración de la Orden de Agustinos Recoletos y las actividades actuales tanto de Fray Miguel como de la provincia.
Nacido en el pequeño pueblo de Villalba, a 40 kilómetros de Madrid, fray Miguel tenía varios religiosos en su familia, incluidos tres tíos agustinos recoletos. Poco después de ser ordenado anciano, fue llamado a Brasil en la antigua provincia de Santo Tomás de Vilanova. Vivió aquí durante 16 años, reconciliando las funciones de vicario provincial y formador con la actividad pastoral. Elegido prior provincial en 2006, fue llamado de regreso a España y regresó aquí después de 12 años con la reestructuración de la Orden.
Fray Miguel, cuéntanos un poco sobre tu historia. ¿Cómo te convertiste en un religioso agustiniano?
Nací hace 54 años en una familia sencilla de la ciudad de Villaba, en la región de Madrid. Soy el más joven de tres hermanos. Mis padres, que todavía están vivos, tienen religiosos en la familia: del lado de su padre, tres tíos eran agustinos recoletos. De estos, uno todavía está vivo. Por parte de la madre, también hay una tía religiosa.Después de recibir la Confirmación, comencé a participar en grupos juveniles con la familia vicenciana. Con el tiempo, comencé a darme cuenta, como ... que Dios me estaba pidiendo algo más, que no satisfizo completamente mi vida. Entonces comencé a dar los pasos. Por supuesto, cuando me decidí, hablé con uno de mis tíos y él me remitió a la Orden de Agustinos Recoletos.Así es como ingresé a la orden como seminarista, estudié los últimos dos años de la escuela secundaria y en 1984 hice mis primeros votos como religioso. Estudié filosofía y teología en un pueblo llamado Burgos en el norte de España, y fui ordenado sacerdote en 1990 en Madrid, en una parroquia llamada Santa Mónica. Eso fue el 30 de junio y el 21 de septiembre de ese mismo año estaba llegando a Brasil, en Río de Janeiro. Permanecí en Río durante tres meses, estudié portugués, y luego fui a São Paulo a la parroquia de São João Batista, en Jabaquara.Formador y misionero: después de un año, había una necesidad de un formador en Belém do Pará. Entonces, fui a Belém do Pará en 1992 y me quedé hasta el año 2000, como formador del seminario menor. Pero también tuve una rica experiencia pastoral, porque es una parroquia muy animada y muy ocupada. Entonces, además de mis actividades en el seminario, trabajé mucho con los jóvenes, con reuniones, retiros de carnaval, Pascua joven ... Inventé todo durante este período para tratar de traer a Dios a esta juventud. Hasta el día de hoy tengo amigos de esa época, que tienen una fiesta cada vez que me presento allí.Después de Belén, me eligieron como vicario provincial. Fui responsable de las casas en Brasil de la antigua provincia de Santo Tomás de Vilanova, antes de la unificación. Fui vicario de la provincia desde 2000 hasta 2006. Me mudé a Río de Janeiro y mi misión era ser el animador de la vida religiosa de las comunidades en Brasil. A pesar de estar en una posición de autoridad, nunca me han separado de la actividad pastoral. También acompañé a los jóvenes, al crisma, así como a los momentos de espiritualidad de la parroquia de Santa Mónica.
Regreso a España: cuando concluí mis seis años como vicario en Brasil, tuvimos el capítulo provincial y fui elegido prior provincial. Luego fui trasladado a España. La sede de la provincia estaba en Madrid, y permanecí seis años como provincial. Luego se amplió el campo de trabajo, ya que era responsable de las comunidades de España, Venezuela, Argentina y Brasil. Por supuesto, en cada país hay un vicario provincial que asiste al prior en la administración de las comunidades.
En 2012, el Prior General pasó por la curia provincial y me pidió que proporcionara un religioso para formar parte del equipo de noviciado en el monasterio de Monteagudo en el sur de España. A medida que se acercaba el capítulo provincial y no podía volver a ser elegido, le ofrecí: "Si quieres, puedo ir allí". Estuve tres años, como digo, prácticamente en un monasterio, un convento, en una aldea de mil habitantes, restableciéndome, fortaleciéndome, recuperándome de este período de doce años de gobierno. Y cuando el trienio llegó a su fin, porque todo funciona en el orden trienal, había un capítulo provincial, y fui nombrado vicario de la provincia y formador de la etapa de teología, y viví en Granada.
Después de estos tres años, tuvo lugar la elección de esta nueva Provincia de Santo Tomás de Vilanova.
Reestructuración de la Orden de Agustinos Recoletos - La orden ya estaba en proceso de reestructuración. Durante seis años hemos estado reflexionando, orando, haciendo discernimiento comunitario sobre el tema de la revitalización y la reestructuración del orden. En el capítulo general, se decidió que la orden iría de ocho provincias a cuatro provincias. La provincia de Santo Tomás de Vilanova, de la que formaba parte, incorporó la provincia de Santa Rita de Cassia, con casas aquí en Brasil, y la Provincia de San José, con casas en Venezuela, Perú y España.
Luego, la provincia de Santo Tomás se convirtió en una provincia grande, con 300 religiosos, aproximadamente 50 comunidades, y presente en cinco países: España, Brasil, Argentina, Venezuela y Perú. Y en las elecciones, me volvieron a poner en estas tareas del gobierno.
Y están las cosas de Dios. Dejé Brasil porque fui elegido provincial, y regresé a Brasil porque fui elegido provincial. Porque en el capítulo provincial, se eligió transferir la sede de España a Río de Janeiro. Luego, después de 12 años en España, volví a vivir a Brasil, el 28 de diciembre de 2018, llegué a Río de Janeiro.
¿Cuál es el papel del prior provincial?
La Orden está organizada en provincias porque es complicado para una persona administrar una orden. El Prior General es responsable de todos los religiosos, es el representante, es la figura principal de la orden. En este momento, es fray Miguel Miró.
Una provincia es un grupo de comunidades, y en esas comunidades vive, una comunidad religiosa, que sirve al ministerio. Puede ser una parroquia, una universidad, un seminario, una misión. Nuestra provincia está compuesta por 50 comunidades, en las cuales 300 son religiosas. En cada país, hay un religioso que es el vicario provincial, quien, en comunión con el provincial, ayuda al gobierno provincial. Él se ocupa especialmente de esta área. Como Brasil es la sede de la Provincia, no hay vicario para Brasil.
¿Cuál es el principal desafío hoy en la provincia de Santo Tomás de Vilanova?
Hoy hay tres desafíos, pero el primero (y que marcó el capítulo provincial) es buscar la comunión entre nosotros. La unidad entre estas tres provincias ya se ha establecido legalmente, que hoy es solo una. Pero ahora el desafío es que esta unión ocurra afectuosamente. Que podamos conocernos, cuidarnos, amarnos, integrarnos, vivir esta unidad de almas y corazones. Este es el primer desafío: comunión de vida, comunión provincial, comunión local.
El segundo desafío es enfocarse en misiones y periferias. En este punto, no solo estamos hablando de dónde está la gente físicamente. Debe recordarse que el Papa Francisco también habla de periferias existenciales.
El tercer desafío es para la juventud y las vocaciones. Caminamos en comunión con la Iglesia, y la Iglesia en este momento quiere dar este papel a los jóvenes. Recientemente tuvo lugar el Sínodo para la Juventud. Y la Orden también quiere estar allí.
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