Mensagem do prior provincial pelo dia de Santa Madalena de Nagazaki
Notícias da Província
21.10.2019 - 06:00:43 | 14 minutos de leitura

|Frei Miguel Ángel Hernández Domínguez| Brasil | No dia de Santa Madalena de Nagasaki quero me aproximar de todas as fraternidades da nossa Província de Santo Tomas de Vilanova para lhes transmitir minhas mais sinceras felicitações.
Responder ao chamado que Deus vos fez um dia para viver a espiritualidade dos agostinianos recoletos em vossa vida de leigos, nunca pode ser uma carga nem um peso. É, na verdade, uma benção ser chamado a uma vida de santidade no seio de uma família que caminha entre as vicissitudes deste mundo e experimenta, cada dia, a força da sua fragilidade. Conta, por
outro lado, com a graça de Deus que a sustenta e acompanha; também não se esquece dos incontáveis exemplos de santidade que enchem as páginas da sua história.
Algumas vezes, quando visitamos nossos familiares ou amigos, eles nos mostram, com o maior orgulho, o álbum de família, as fotos dos seus filhos e netos e nos relatam, com riqueza de detalhes uma historia de esforço, de superação, de vitória que muito nos alegra e que celebramos com eles.
Quero lembrar a vocês que em nosso álbum de família agostiniano-recoleta (porque o somos de pleno direito), poderíamos exibir aos nossos amigos e familiares as fotos de muitos dos nossos que entregaram sua vida por amor a Deus e aos irmãos, e que viveram, em distintas épocas à nossa, os mesmos ideais da vida agostiniana:
- a) A interioridade, essa necessidade que temos de mergulhar nas profundidades do nosso interior, colocarmo-nos na presença do Senhor, abrir-lhe o coração para que ele já em nós, nos transforme e faça de nós “outros cristos”. Precisamos que o Senhor amasse o nosso barro e nos amolde conforme o seu querer, para que cheguemos a ter seus mesmos sentimentos,
desejos e pensamentos. Cada vez se faz mais necessária a presença de Cristo no mundo. Somos nós, contudo, os que devemos manifestá-lo e refleti-lo através do nosso testemunho de vida.
- b) A comunidade. Não sabemos nem queremos viver sozinhos. Como Santo
Agostinho, necessitamos da amizade; necessitamos partilhar a vida de fé, a oração, a experiência de Deus; necessitamos dividir as dificuldades e partilhar as alegrias; necessitamos sentir-nos família. Sempre falo, quando passo pelas comunidades, que a Fraternidade secular não é um grupo de estudo de Santo Agostinho; são, principalmente, irmãos que se preocupam com os irmãos. Uma fraternidade que tem muito conhecimento de Santo Agostinho, mas cujos membros desconhecem o que se passa no coração do irmão que se senta ao seu lado, não é comunidade, nem fraternidade; e essa não é, evidentemente, nem sua razão de ser nem o seu objetivo de vida. É necessário, portanto, que tratemos de nos transformar em uma só alma e um só coração em Cristo, e isto parece ser um belo propósito que, como slogan, fica muito bonito, mas que exige, da parte de todos, sacrifício, dedicação, disponibilidade, renuncia, compromisso, proximidade com o irmão e disposição para gastar o tempo com ele.
- c) A missão. É nossa missão tornar presente no mundo o Deus amor, ternura e misericórdia que, suponho, fomos descobrindo e experimentando em nossa vida. A missão significa contagiar o mundo com o amor que um dia me seduziu, me atraiu e me cativou. A missão significa que, da minha realidade, da minha situação pessoal, com as possibilidades que
tenho e dentro das minhas limitações, não quero deixar de anunciar e testemunhar o Senhor e gritar, aos quatro ventos, que Deus me ama e que eu quero responder a essa loucura de amor, colocando o melhor de mim a serviço do evangelho que continua sendo Boa noticia para o mundo, iluminando escuridões e transformando vidas. Não se exige de todos a mesma coisa, pois nem todos desfrutamos da mesma saúde, nem temos a mesma disponibilidade de tempo. Uns estão aposentados, outros trabalham o dia todo; uns moram sozinhos e não têm ninguém a quem cuidar; outros, porém, tem toda uma família para atender e cuidar e não faltam os irmãos que precisam ser cuidados e atendidos, pois, afinal, as forças vão se esgotando. O importante é que cada um faça a si mesmo a seguinte pergunta: O que posso fazer para anunciar Cristo e dar a conhecer o seu amor a partir da minha condição pessoal?
Temos em Madalena de Nagasaki, a pesar da sua juventude, um exemplo de coragem,de fortaleza, de dedicação aos outros e de amor à Igreja e à Ordem, que nos comove a todos. Nós reclamamos dos tempos difíceis em que vivemos; mas tempos difíceis foram, nem dúvida, os de Madalena, onde ser cristão significava, literalmente, arriscar a vida, viver escondido nas florestas da região, conviver 24 horas com o medo a ser descobertos, suportar frio, fome, incômodos, perseguição... Mas, como nos fala Paulo: Quem nos separará afastará do amor de Cristo? Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigos, espada? Tudo isto somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. De fato, nada poderá nos separar do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus (Rom 8,35-39).
Madalena de Nagasaki, além de ser a padroeira e protetora da Fraternidade Secular, como sempre o foi, começa a ser considerada também como padroeira dos catequistas agostinianos recoletos, porque não há melhor catequista que aquele que anuncia a Cristo, não só com palavras, mas com o testemunho da própria vida.
Santa Madalena se fez de interprete dos frades recoletos, que não sabiam falar japonês, para que a palavra de aqueles que a precederam no martírio, pudesse chegar ao coração dos fieis.
Quando “seus freis” foram martirizados, e quando percebeu que as palavras já não eram suficientes para convencer os cristãos de que vale a pena entregar a vida e morrer por Cristo, então ela se apresentou, com seu habito de terciária agostiniana, às autoridades locais, declarando-se cristã. Como diz nosso pai santo Agostinho, que quando calarem nossa voz, nossa vida seja um grito. E foi isso que Madalena fez com seus 23 anos de vida: gritar que nada nos pode afastar do amor de Deus, nem sequer a morte, porque, como reza o Cântico dos Cânticos, o amor é mais forte do que a morte.
Queridos irmãos e irmãs da Fraternidade Secular, temos muitos motivos para nos sentirmos orgulhosos da vocação que recebemos; temos motivos para nos sentirmos orgulhosos da santa padroeira que temos em Madalena de Nagasaki; mas, principalmente, temos muitos motivos para imitar seus exemplos, porque, conforme nosso pai santo Agostinho, celebrar os santos e não imitar a sua vida é celebrar com mentira. Nossa santa nos deu exemplo de fortaleza, de entrega, de amor a Cristo, à Igreja e à Ordem; nos deixou exemplo de ousadia, que podemos traduzir por intrepidez, coragem e valentia.
Estamos muito necessitados desta virtude da ousadia; muitas vezes parece que vivemos com complexo de sermos cristãos, parece que nos envergonhamos, ficamos de cabeça baixa e custamos a dar testemunho público da nossa fé. Algumas vezes vivemos um cristianismo um tanto tímido ou, em palavras do evangelho, um cristianismo morno.
Madalena de Nagasaki é, na Ordem, um sopro renovado do Espírito que não devemos obstruir nem sufocar; é uma chama incandescente que não podemos deixar que se apague; é paixão e força esmagadora que se leva à frente os nossos medos, vergonhas e vacilações; é força em estado puro; é coragem, intrepidez e determinação.
Que Santa Madalena de Nagasaki interceda por todas as Fraternidades Seculares da nossa Província e da Ordem e que a celebração da sua festa e a meditação do seu testemunho de vida, seja a força renovadora das nossas comunidades.
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Mensage Del prior provincial por el dia de Santa Madalena de Nagazaki
En el día de Santa Magdalena de Nagasaki, deseo acercarme a todas las Fraternidades Seglares de la Provincia Santo Tomás de Villanueva, para hacerles llegar mis más sinceras felicitaciones.
Responder a la llamada que Dios nos hizo un día para vivir la espiritualidad de los agustinos recoletos como seglares nunca puede resultar ni una carga, ni un peso; todo lo contrario: es una bendición haber sido llamados a una vida de santidad en el seno de una família que camina entre las vicisitudes de este mundo y experimenta a diario la fuerza en su fragilidad. Sabemos efectivamente que contamos con la gracia de Dios, que nos sustenta y acompaña, y no olvidamos los incontables ejemplos de santidad con que están llenas las páginas de nuestra historia.
Algunas veces, al visitar a nuestros familiares o amigos, nos presentan con el mayor orgullo las fotos de sus hijos y nietos, y evocan con todo detalle una historia de esfuerzo, superación, triunfo, que nos alegra y que celebramos junto con ellos.
Os quiero recordar que en nuestro «álbum de familia» como agustinos recoletos, en el que estamos incluidos con pleno derecho, podríamos mostrar a nuestros amigos y familiares fotos de muchos hermanos que entregaron su vida por amor a Dios y al prójimo, y que, endistintas épocas, han vivido los mismos ideales de vida agustiniana:
- a) La interioridad: Necesidad de bucear en las profundidades de nuestro interior, de ponernos en la presencia del Señor y presentarle el corazón para que nos trabaje transforme y haga de nosotros “otros cristos”. Necesitamos que el Señor amase nuestro barro y nos moldee conforme a su querer, a fin de poder alcanzar sus mismos sentimientos, deseos y pensamientos. Cada vez es más urgente la presencia de Cristo en el mundo, y somos nosotros quienes hemos de manifestarlo y reflejarlo con nuestro testimonio de vida.
- b) La comunidad: No sabemos ni queremos vivir solos. Al igual que San Agustín, deseamos la amistad, el compartir la vida, la fe, la oración, la experiencia de Dios; dividir las penas, compartir las alegrías, sentirnos familia. Al visitar las numerosas comunidades, hago siempre hincapié en que la Fraternidad Seglar no es un grupo de estudio de San Agustín; ante todo, somos hermanos que nos preocupamos de los hermanos. Y una Fraternidad que tiene mucho conocimiento de San Agustín, pero que desconoce lo que pasa en el corazón del hermano que se sienta a su lado, no es comunidad, no es fraternidad. Y esa no es su razón de ser y su propósito de vida. Se trata es lograr que todos conformemos una sola alma y un solo corazón en Cristo. Suena muy bien como eslogan, mas exige de nuestra parte sacrificio, entrega, disponibilidad, renuncia, compromiso, acercamiento al hermano y gastar nuestro tiempo con él.
- c) La misión. Y nuestra misión es hacer presente en el mundo al Dios amor, ternura y misericordia, que con empeño hemos ido descubriendo y experimentando en nuestra vida. Misión también significa contagiar al mundo el amor que un día nos sedujo, atrajo y se apoderó de nosotros. La misión —desde la propia realidad y situación personal, con las posibilidades y dentro de las limitaciones propias— consiste en no cejar en el empeño de anunciar y testimoniar al Señor, y gritar a los cuatro vientos que Dios me ama y que yo quiero responder a esa locura de amor, gastando lo mejor de mí al servicio del evangelio, que sigue siendo «buena noticia» para el mundo; y ello, iluminando oscuridades y transformando vidas. No a todos se nos exige lo mismo, porque no todos disfrutamos de la misma salud, ni contamos con la misma
disponibilidad de tiempo: unos están jubilados, otros trabajan todo el día; unos están solos y no tienen a nadie a quien cuidar; otros cuentan con una familia a la que han de atender y de la tienen que preocuparse; y otros fraternos precisan ya de atención, puesto que sus fuerzas van disminuyendo. Lo importante es que cada uno nos hagamos la siguiente pregunta: ¿qué puedo hacer yo para anunciar a Cristo y dar a conocer su amor en el mundo desde mi situación personal?
Miremos a Magdalena de Nagasaki, que nos conmueve y emociona: con su juventud, es ejemplo de valentía, fortaleza, entrega a los demás y amor a la Iglesia y a la Orden. Nos quejamos de los tiempos difíciles que nos toca vivir; pero tiempos difíciles fueron los de Magdalena, cuando ser cristiano significaba literalmente jugarse la vida, vivir oculto en los bosques de la región, pasar las veinticuatro horas del día con el miedo a ser descubierto, soportar fríos, penuria, incomodidad, persecución… Sin embargo, en palabras de San Pablo, ¿Quién nosapartará del amor del Señor? ¿Tribulación, angustia, persecución, hambre, desnudez, peligro, espada? En todas esas circunstancias vencemos de sobra gracias al que nos amó y nada nospodrá separar del amor de Dios manifestado en Cristo Jesús.
Magdalena de Nagasaki además de ser la patrona y protectora de la Fraternidad Seglar,porque ella también lo fue, comienza a ser considerada asimismo como patrona de los catequistas agustinos recoletos, porque no hay mejor catequista que aquel que anuncia a Cristo no solo con las palabras sino con el testimonio de la propia vida.
Santa Magdalena medio como intérprete para los frailes recoletos, para que la palabra de cuantos la precedieron en el martirio pudiera llegar al corazón de los fieles. Cuando “sus frailes” fueron martirizados, y cuando se dio cuenta de que las palabras ya no eran suficiente para convencer a los cristianos de que valía la pena dar la vida y morir por Cristo, entonces ella, con su hábito de terciaria agustina recoleta, se presentó a las autoridades locales, declarándose cristiana. Como dice nuestro Padre San Agustín: Cuando callen nuestra voz, nuestra vida sea un grito. Y eso fue lo que hizo Magdalena con sus apenas 23 años: gritar que nada nos puede separar del amor de Dios, ni siquiera la muerte, porque, como leemos en el Cantar de los Cantares, el amor es más fuerte que la muerte.
Queridos hermanos de la Fraternidad Seglar: abundan los motivos para considerar com orgullo la vocación a la que hemos sido llamados; motivos para sentirnos orgullosos de la santa protectora Magdalena de Nagasaki; y, sobre todo, tenemos muchos motivos para imitar sus ejemplos, ya que —en palabras dice San Agustín… celebrar a los santos y no imitar sus virtudes es celebrar con mentira. Y nuestra santa de Nagasaki nos da ejemplo de fortaleza, de entrega, de amor a Cristo, a la Iglesia y a la Orden; nos ofrece ejemplo de audacia, que se traduce como intrepidez, coraje y valentía. Estamos muy necesitados de esta virtud. Muchas veces vivimos acomplejados de ser cristianos; pareciera que nos avergonzáramos, por lo que bajamos la cabeza y nos cuesta dar testimonio público de nuestra fe. En ocasiones, vivimos um cristianismo medio tímido o, en palabras del evangelio, un tanto “tibio”.
Magdalena de Nagasaki es para la Orden un soplo fresco del Espíritu, que no debemos obstaculizar ni sofocar; es llama incandescente que no podemos dejar que se apague; es pasión y fuerza arrolladora que se llevan por delante nuestros miedos, vergüenzas y titubeos; es fortaleza en estado puro; es coraje, intrepidez y determinación.
Que Santa Magdalena de Nagasaki bendiga a todas las Fraternidades Seglares de nuestra Provincia y de toda la Orden, y que la celebración de su fiesta y la meditación en su testimonio de vida actúen como fuerza renovadora de todas nuestras comunidades de fraternos.
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